segunda-feira, 30 de julho de 2012

Do tipo vi-na-prateleira-e-me-apaixonei.


Por Carlos Gabriel F.

Do tipo vi-na-prateleira-e-me-apaixonei: “Como ficar sozinho” de Jonathan Franzen. Peguei entre as mãos e amei logo de abertura a primeira frase que meio em exposição lógica diz: “A dor não nos matará”. Neste paradoxo de entender o mundo político e viver subjetivamente feliz me instigo a procurar, entre livros amarelados ou felizes por acabarem de saírem das fábricas, a verdadeira essência da narração contemporânea: o entender da solitude humana meio à tecnologia unilateral que diversifica o mundo.


O livro de Franzen parece-me um conjunto de ensaios selecionados a partir de obras anteriores. Li na sinopse pequena que, a partir de suas experiências humanas, questionamentos, solidões, ele aborda assuntos como o suicídio, a demência, a invasão panóptica da privacidade. Em pequenos trechos e no pouco que pude ler, o autor faz referências a grandes autores da literatura e da sociedade (lembro-me do nome de Kafka entre as linhas diversas linhas do parágrafo saboreado). Meio a tantas admissões, fragilidades e recusas ao auto-engano, o autor luta para encontrar meio a palavras o verdadeiro sentido da combustão de valores da modernidade – deteriorada ao tecnoconsumismo  –,  para elaborar em um ensaio grandioso o que amedronta grande parcela de uma humanidade. 

“Podemos de vez em quando suportar o fato de que nem sempre somos curtidos, pois existe uma gama infi nita de pessoas que, potencialmente, podem nos curtir. Mas nos expormos por inteiro em nossa individualidade, e não apenas a superfície curtível, e sermos rejeitados, é algo que pode ser insuportavelmente doloroso. Em geral, a perspectiva da dor, da dor da perda, da separação, da morte, é o que torna tão tentadora a ideia de evitar o amor e permanecer em segurança no mundo do curtir.” 

Alice adolescente II.

Por Arthur Franco 

No post anterior falei um pouco sobre Alice no País das Maravilhas, obra de Lewis Caroll escrita no século XIX, e de como a história da menina que cai por um buraco e encontra um mundo de "maravilhas" pode ter uma leitura diferente daquela contida no livro. 

  • Entende-se que a adolescência é um estágio de amadurecimento, tanto físico quanto psicológico e emocional. É um estado em que o jovem muitas vezes se vê confuso e perdido na sua própria identidade. Quando Alice cai na toca do Coelho Branco, de forma repentina e desenfreada, é possível fazer uma alusão desse fato com a entrada inesperada e desenfreada que toda criança sofre ao entrar na adolescência. Não existe um momento exato que a criança sabe que vai entrar nessa fase, além de que não ter como pará-la e não sabe o que vai encontrar no final dela, assim como Alice não sabia o que a esperaria no fundo do poço.  



  • Durante a adolescência, acontece a fase do chamado ‘estirão’, na qual o indivíduo cresce e as mudanças no corpo começam a acontecer. Essa é uma fase típica desse estágio, a qual pode vir acompanhada de mudança de voz nos meninos, crescimento dos seios nas meninas e aparecimento de pêlos pubianos.   A protagonista experiencia o ‘estirão’ várias vezes durante o livro.  A primeira vez que Alice muda de tamanho é logo após que aterrissa na sala das portas. Depois de beber a garrafa que continha a inscrição ‘BEBA-ME’, a garota começa a diminuir de tamanho. “- Que sensação estranha! – exclamou Alice – Parece que estou encolhendo como um telescópio.” . Insatisfeita com o tamanho, ela come o bolo com a inscrição ‘COMA-ME’ e adquire mais de três metros. “– Agora estou espichando como se fosse o maior telescópio do mundo! Adeus, pés (porque, quando olhou para seus pés, eles pareciam tão distantes, que quase se perdiam de vista).” E por várias outras passagens da obra vemos que Alice muda de tamanho.




  • A crise de identidade que os indivíduos sofrem na adolescência está relacionada à entrada em um novo mundo e com a perda de referenciais antes tomados como certo. E é justamente isso que acontece com a protagonista do livro. Alice se vê em outro mundo, totalmente diferente do lugar que ela estava acostumada, e com seus referenciais todos desfeitos. A todo momento, ela tenta se lembra de poemas ou composições que aprendera na escola, que funcionariam como uma espécie de conexão para que ela soubesse que ainda era a mesma menina que caíra pelo buraco. Mas acaba por não conseguir recitar nenhum da maneira correta e passa a se questionar: ‘quem sou eu?’.


Com essa análise é possível perceber que, apesar de Alice no País das Maravilhas ser um livro concebido para crianças, é possível encontrar pontos que denotem a transição da infância para a adolescência. A protagonista, ao descobrir um mundo novo, mudar de tamanho e entrar numa crise de identidade pode estar experienciando a fase da vida em que essa situações geralmente acontecem. Lewis Carroll, se baseando na pequena Alice Liddell, criou um conto para crianças mas que pode servir de metáfora para a transição da infância para a vida adulta.

sábado, 28 de julho de 2012

Alice adolescente I.


Por Arthur Franco

Alice no País das Maravilhas foi concebido inicialmente em 1862 durante um passeio de barco pelo rio Tâmisa. Lewis Carroll e seu amigo Robinson Duckworth haviam levado as irmãs Lorina Charlotte, Edith Mary e Alice Pleasance Liddell, para um passeio e, com intuito de entretê-las, Carroll criou a história de Alice. Dois anos depois, o autor decidiu passar a obra para o papel e dedicá-la a irmã do meio da família Liddell, Alice. Mais tarde resolveu então publicar a obra, aumentando-a e incluindo novos personagens, como o Gato de Cheshire e o Chapeleiro Maluco.


Desde a sua publicação, o livro ganhou notabilidade e conhecimento do público, sendo considerado uma obra clássica da literatura inglesa e da literatura infantil. Pela tamanha notoriedade, o livro já ganhou inúmeras adaptações cinematográficas. Mas certamente a mais marcante e conceitual é o filme “Alice in Wonderland”, de 1951, produzido pela Walt Disney. O longa-metragem traz uma Alice loira, em um vestido azul e combina elementos de outro conto de Carroll, Alice Através do Espelho, considerado a continuação de Alice no País das Maravilhas. 

A história de uma garotinha que cai por um buraco e descobre um mundo totalmente novo (e maluco) pode ser interpretada como uma metáfora da transição da infância para a adolescência. No próximo post falarei um pouco dos argumentos que reforçam essa teoria. 

quinta-feira, 26 de julho de 2012

"Você vai rir, vai chorar e ainda vai querer mais".

Por Carlos Gabriel F.

A frase acima é de um autor renomado e, apesar dos poucos livros, um dos meus favoritos por também saber lidar bem com as palavras: Markus Zusak. O escritor australiano junta suas forças para falar sobre o novo lançamento de John Green, que – preparem os corações para um título surpreendente – é chamado de “A culpa é das estrelas”. A história, simples, é sobre uma menina doente, com os pulmões machucados, nomeada Hazel, que encontra outro menino, também com seu infinito de lágrimas nos olhos, mas simpático e divertido, chamado Augustus Waters. 

“Não sou formada em matemática, mas sei de uma coisa: existe uma quantidade infinita de números entre 0 e 1. Tem o 0,1 e o 0,12 e o 0,112 e uma infinidade de outros. Obviamente, existe um conjunto ainda maior entre o 0 e o 2, ou entre o 0 e o 1 milhão. Alguns infinitos são maiores que outros... Há dias, muitos deles, em que fico zangada com o tamanho do meu conjunto ilimitado. Eu queria mais números do que provavelmente vou ter.”

Em paridade eles tentam se dar forças para tentar combater suas indefesas. Utilizando uma parte da sinopse oficial, bem diria que “juntos os dois vão preencher o pequeno infinito das páginas em branco de suas vidas”. “A culpa é das estrelas” é um livro sentimental sobre sentimentos; um modo sincero de demonstrar que, muitas das vezes, a vida é um devaneio complexo de consequências que não conseguimos controlar; um espectro de possibilidades que, ao final, não poderão ser escolhidas porque o tempo é curto demais. 

“Meu livro favorito era, de longe, “Uma aflição imperial”, mas eu não gostava de falar dele. Às vezes, um livro enche você de um estranho fervor religioso, e você se convence de que esse mundo despedaçado só vai se tornar inteiro de novo a menos que, e até que, todos os seres humanos o leiam. E aí tem livros como “Uma aflição imperial”, do qual você não consegue falar – livros tão especiais e raros e seus que fazer propaganda da sua adoração por eles parece traição.”

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Symphonia #2


Por Carlos Gabriel F.

Para ler é preciso imaginar, desprender-se das correntes realísticas e deixar-se levar pela atmosfera do surrealismo. Ler por simplesmente é viajar através dos cosmos, buscar o inacessível e ver-se caracterizado em datilografias vorazes. E a música me ajuda bastante, permite-me afundar em devaneios ilógicos da literatura. A partir das escolhas corretas, do volume distante e do ambiente ideal é possível transcender ao combinar as duas sensações. Symphonia – músicas simplisinhas que podem agradar a leitura ou qualquer momento do dia; para fazer de trilha sonora as aventuras que você está prestes a encontrar.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

540 arrepios.


Por Arthur Franco

Stephen King não é um nome que passa batido. No gênero terror, tanto na literatura quanto no cinema e em séries televisivas, o autor é um dos nomes mais conhecidos, publicando sucessos como Carrie, a Estranha, O Iluminado e Cemitério Maldito.

O primeiro livro de King que caiu nas minhas mãos foi o que justamente o que mais me aterrorizou. Desespero, com suas 540 páginas, narra a história de um casal viajando pela auto-estrada mais solitária dos EUA, a Rodovia 50. Um gato morto espetado em uma placa na estrada já antecede quão sombria será a viagem. Quando eles chegam a cidade de Desespero, em Nevada, descobrem que várias pessoas foram levadas para lá pelo xerife Collie Entragian, um homem determinado a fazer de tudo para que a sua lei seja cumprida. E é justamente nessa cidade que se dá uma luta entre o bem e o mal, o apocalipse entre Deus e o demônio. Todos aqueles presos na cidade pela mão do xerife vão descobrir o verdadeiro sentido da palavra desespero.


King não é poético. É frio, objetivo e duro com as palavras. As suas descrições são as mais precisas possíveis e seus personagens reais. O terror é verdadeiro através das suas palavras e o medo transcende as páginas do livro. O leitor consegue visualizar as cenas sanguinolentas, o desespero dos personagens, o temor pelo xerife. Apesar de longo, o livro prende pela sua narrativa rápida e pela necessidade de descobrir quem ganhará a derradeira batalha. 

segunda-feira, 16 de julho de 2012

O não-lugar da internet.


Por Carlos Gabriel F.

Com a modernidade, a entrada do virtual e a liquefação dos sólidos, nem tudo mais consta em páginas amareladas e datilografias completas. Alguns autores demonstram suas habilidades em páginas cibernéticas; escrevem suas vidas em pixels de vidas passadas. Esta nova geração de escritores-internautas, que formam uma imenso espectro de cores indefinidas e variadas, trazem à tona uma nova forma de comunicação e de fazer poema; eles tramam com facilidade entre as diferentes bases a fim de expor a sua arte na escrita. A internet não substitui os livros, de fato, mas possibilita a construção de um novo modo de literatura. 

Uns deles se destacam meio a tantos e ficam conhecidos na esfera virtual pública. Outros se escondem no betume, mas brilham de igual forma àqueles que tomaram fama. Segue abaixo, portanto, uma lista de cinco blogueiros (se assim preferir os chamar) que, na imensidão e não-lugar da internet, criam e elaboram textos magníficos, que merecerem ser conhecidos:

Para nos levar além:
Fonte: poeme-se.tumblr.com
Fonte: poeme-se.tumblr.com



sexta-feira, 13 de julho de 2012

Noite dos sacrifícios.

Por Arthur Franco

Na noite de Halloween, a pequena Joyce é encontrada morta. A garota, de apenas 13 anos, morreu afogada enquanto pegava maças com a boca em uma tradicional brincadeira do Dia das Bruxas. Momentos antes de a brincadeira começar, Joyce afirmou que já havia presenciado um assassinato. Mas por ser conhecida por suas mentiras, ninguém acreditou na menina, até que viram o seu corpo. 


A grande amiga de Poirot, Ariadne Oliver, estava presente na festa e pede então a ajuda do detetive para descobrir quem foi o autor desse crime macabro.

Em Note das Bruxas, os personagens não são quem aparentam ser. Todos usam uma máscara de felicidade, enquanto escondem segredos e mentem sobre as suas ações. Mais uma vez o assassino subestima o poder das células cinzentas de Hercule Poirot, que terá de descobrir a verdade antes que outra garota seja morta. 

terça-feira, 10 de julho de 2012

Quais são os dias mais importantes da sua vida?


Por Carlos Gabriel F.

Fábio Moon, em uma determinada entrevista cedida no ano passado para um sítio famoso brasileiro, disse o seguinte: “eu acho que tem coisas que você pode contar, como em uma história em quadrinho, que não dá pra contar da mesma maneira fazendo cinema, que não dá pra contar da mesma maneira só escrevendo prosa”. Há momentos que não se transcrevem em palavras, que, possuídos de tamanho sentimentalismo, não são possíveis de se transcrevem em dígitos transversais. Algumas histórias se encaixam em tamanha perfeição nas imagens que se fazem desnecessárias as palavras translúcidas. 

E é assim que é narrada a história de Brás de Oliva Domingos, mundialmente conhecido por seu pai, grande escritor brasileiro renomado. Brás transcorre seus dias escrevendo obituários. Passa suas noites febris pensando nos “se” da vida e como será seu futuro longínquo. Fábio Moon e Gabriel Bá transcendem o Brasil exótico, clichê, que é vinculado no exterior, para criar o mundo de “Daytripper” – uma história de sentimentos universais, de crônicas que perpassam a vida humana em uma unicidade absoluta. 

Brás questiona se sua vida começa no momento do primeiro beijo ou nas primeiras palavras que conseguir narrar sua história; no momento de sua morte ou quando conhece a garota dos seus sonhos. Cada dia de sua vida é como uma página de um livro por outrem contada. “Daytripper” é uma história de revolução sentimental; de busca incessante por uma vida que valha sentido nas palavras imagéticas dos contos.    



sexta-feira, 6 de julho de 2012

Cicatriz não curada.


Por Carlos Gabriel F.

Alguns livros me causam uma dor tão tremenda, uma inquietação na alma por tamanha desavença, que me causam choro ao rememorar o que foi lido, datilografado e não mudado. O primeiro livro ficcional de Paulo Henriques Britto – que conheci em etapas vestibulares e que não, não tem nada a ver com a película recentemente produzida por Marcos Prado –, “Paraísos Artificiais”, encaixa-se perfeitamente nesta condição característica de cicatriz não curada.


“Você esta sentado numa cadeira. Você está sentado nesta cadeira já faz bastante tempo. Você fica sentado nesta cadeira durante muito tempo, diariamente. Você não conseguiria ficar parado em pé por tanto tempo; logo você ficaria cansado, com dor nas pernas. Também não conseguiria permanecer tanto tempo assim deitado na cama, de cara para o teto; (...) basta sentar-se na cadeira, pegar um lápis e uma folha de papel, e começar a escrever”.

O autor, com suas palavras duras e de concisão, traça uma linha de retrospecto tão subjetivo em seu âmago que, por vezes, faz-se de difícil entendimento perante um leitor de inocência em êxtase. O livro é dividido em nove contos, que são: “Os paraísos artificiais”, “Uma doença”, “Uma visita”, “Um criminoso”, “O companheiro de quarto, “Coisa de família”, “O 921”, “O primo” e “Os sonetos negros” – que narram histórias diversas: desde um observador insone que observa o movimento de sua rua; ou um encontro familiar que se faz como um ritual de humilhação; ou um diário que narra a descoberta de um enigma.

O universo de Paulo é flexível, mas com situações extremas e (des)encontros estranhos, em que o protagonista vê-se diante si mesmo e em conflito com a imagem que vê em reflexo. A dor de seu tema se faz presente em finais inviáveis; em contos tão grandiosos que o desfecho paradisíaco em firmeza é impossível de ser dado intelectualmente. 

“Depois saio do quarto, fecho a porta cuidadosamente, vou até a sala, abro a janela, respiro fundo. Uma frase besta aparece a toda hora na minha cabeça: amanhã é outro dia. Claro que amanhã é outro dia, porra”.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Agatha Christie's

Por Arthur Franco

Com mais de 80 livros publicados, Agatha Christie não fez sucesso apenas com livros. A autora teve suas obras adaptadas para peças teatrais, filmes e série de televisão e, mesmo com a sua morte em 1976, adaptações (de sucesso, diga-se de passagem) foram produzidas. Trago aqui duas séries televisivas britânicas do canal ITV, Agatha Christie's Poirot e Agatha Christie's Marple, que trazem para a TV os personagens mais famosos de Christie.


Agatha Christie's Poirot teve a sua estréia em 1989 e atualmente está em sua décima segunda temporada. No papel de Poirot temos David Suchet, que interpreta com maestria o pequeno detetive. A maioria das histórias em que Poirot aparece foi adaptada, tanto os contos quanto os livros. Sucessos de Agatha Christie como Morte no Expresso do Oriente e O Assassinato de Roger Ackroyd estão presentes na série e a décima terceira temporada será a última, trazendo livros como Os Elefantes Não Esquecem e o último caso de Poirot, Cai O Pano.



Agatha Christie's Marple estreou em 2004 e já levou para a televisão 20 episódios estrelados por Miss Marple.  Entre essas 20 adaptações encontramos clássicos como Um Convite para um Homicídio e A Testemunha Ocular do Crime, mas também temos livros e contos em que Miss Marple nunca apareceu. Livros como Hora Zero, Matar é Fácil e O Cavalo Amarelo ganharam versões televisivas, mas nunca tiveram Miss Marple como protagonista nas versões impressas. Além disso, outras modificações foram feitas, como mudanças na identidade de assassinos e nas relações entre os personagens.  

domingo, 1 de julho de 2012

Cortando livros.


Por Carlos Gabriel F.

Sempre me coloquei a pensar se teria capacidade autônoma de transformar meus livros em obras de arte. Se teria por simples indulgência o vislumbre artístico de metaforizar as páginas em algo diferente. Os sites presentes na rede são variados e ensinam diversas técnicas para fazer do livro não apenas um livro. Uma amiga me enviou uma vez um cofre meio a páginas de um livro. Era simples: cortava-se as páginas e fazia dali um nicho enigmático. Ela dizia “compre um baratinho e faça!”. Um livro baratinho não tem o seu também valor literário? 

E foi daí que conheci a arte de Thomas Allen. O cara reutiliza capas oitentistas para fazer algo como um grande pop-up para adultos. Com seus cortes mágicos ele transforma uma simples brochura em uma grande armadura artística de enorme reconhecimento. Porque penso assim: só não de livros vive a literatura, pois qualquer arte é válida – qualquer pessoa que transforme a literatura em imagem de admiração merece o verdadeiro valor.

Thomas, vem cá, eu deixaria você recortar algum livro meu. 




Conheça mais do seu trabalho no site oficial.