quarta-feira, 30 de maio de 2012

Sobre a noite escura.


Por Arthur Franco

O brilho nos olhos. É assim que, desde o início dos tempos, as pessoas reconhecem a sua Outra Parte. Mas Brida não procura encontrar a sua Outra Parte. Quer ser uma feiticeira, saber os segredos da magia, dominar os poderes ocultos. Decidida, crédula, insistente, essa é Brida, protagonista do livro homônimo de Paulo Coelho.

Brida tem apenas 21 anos, mas já deseja conhecer o mundo invisível, o universo místico que nos cerca.  Sua busca se inicia com o Mago de Folk, um mestre na Tradição do Sol, que explica tudo pelas manifestações divinas na natureza. Mas é com Wicca, uma feiticeira da Tradição da Lua, que Brida descobre o seu papel como bruxa, o seu destino nos conhecimentos da Sabedoria e do Tempo.

Paulo Coelho imerge-nos em um mundo mágico, de revelações das Tradições e da iniciação de uma jovem bruxa. Ensina-nos sobre a Outra Parte, a nossa distinta metade que se separou quando viemos a essa realidade. Mostra-nos sobre a Noite Escura, nos vacilos da Fé e de como devemos persistir e não nos acomodarmos, mesmo quando tudo incida o fracasso e o erro. Mais do que um livro de misticismo, tradições e auto-ajuda (como Paulo Coelho é denominado pela grande parte da população), é uma obra de introspecção e dúvida, das incertezas e confusões que fazem parte da nossa existência.

“- Então de que vale procurar? - perguntou ela.
- Não procuramos. Aceitamos, e então a vida passa a ser muito mais intensa e mais brilhante, porque entendemos que cada passo nosso, em todos os muitos da vida, tem um significado maior do que nós mesmos. Entendemos que, em algum lugar do tempo e do espaço, esta pergunta está respondida. Entendemos que existe um motivo para estarmos aqui, e isso basta.”

terça-feira, 29 de maio de 2012

A fagulha.

Por Carlos Gabriel F.

Retomo em algumas palavras o que comecei a datilografar nos primórdios de abril ao assistir no cinema os aclamados “Jogos Vorazes” e, num momento posterior, comparar ao livro de autoria de Suzanne Collins. Na continuação da trilogia, “Em chamas”, Suzanne continua com sua literatura de rápida comoção e poeticidade beirando o precipício do nulo (Tolkien rodopia vendo estrelas no caixão). Neste patamar continuamos com Katniss e suas deveras complicações que, de rápidas soluções, não perduram aos cosmos para gerar uma ansiedade fria no estômago do leitor.

É verdade, digo logo a priori, este segundo livro me deixou decepcionado por vias até o caminho tomado em sua metade existencial. O modo como não acontece nada na rapidez das palavras de Suzanne (paradoxal, não?!), por vezes, me deixava magoado em quesito de expectativas quando ela poderia edificar mais ocasiões do que meras visitas em outros distritos. Deixo aqui para escrever esta mera sinopse subjetiva dantes o término absoluto do livro, pois desejo me ver independente deste por não vociferar em palavras maiúsculas o desfecho da brochura.

Suzanne continua com a sua crítica da sociedade e modos de vida. Aqui ela traz Katniss, represália e sofrendo as consequências de ter atacado a Capital nos , sabendo que aqueles que a mais te cativaram são os que mais sofrem o perigo iminente. A cada vinte e cinco anos de jogos acontece o Massacre Quaternário, como uma comemoração pela reputação do que vem sendo impregnado nesta sociedade futurística sombria — e é neste contexto que se passa a o segundo livro. Katniss e Peeta veem-se, mais uma vez, diante a necessidade inesperada de proteger suas próprias vidas em um governo autoritário.

É nesta história de massacre que Katniss enfrentará, nas palavras de Suzanne, outros oponentes — não apenas mais físicos, mas também que a observam mesmo em distância. Com seus mais devores aliados, a personagem tenta tramar e descobrir como sobreviver diante o Presidente de Panem, Snow, e a descoberta de que um antigo distrito pode ainda existir, mesmo com informações contrárias divulgadas pela Capital. Mas, afinal, Em Chamas” não deixa de ter seu encanto, confesso; entretanto, a continuação de sua loquacidade verborrágica sem muitos pormenores ou detalhismos, enquanto delonga a emergir do tédio, me impede, por ora, de acreditar que a leitura seja de fato espetacular como bem me diziam. Continuemos com seu final para desvendar o já esperado.

(30/05)  P.s.: acredito que seja necessário um acréscimo após o término da leitura realizada — os dois últimos capítulos são surpreendentes e transformam o caminho tomado para o próximo livro!

sábado, 26 de maio de 2012

"Que, então, isto é tudo o que significa estar vivo: estar preparado para morrer."

Por Carlos Gabriel F.

Eu gosto de acariciar livros e suas páginas amareladas. Gosto de passar os dedos nos volumes e suas peripécias existenciais em formato de brochura; gosto de desfilar a epiderme pelas diferentes texturas assim como quem adora andar na rua cabisbaixo a trilhar um caminho meio a grades de edificações antigas. Gosto, amo, e, por vezes, vivo para isso. Descubro histórias na imaginação destinatária filosófica de que meus dedos encontrem algo que me seja encaixado no plausível.


Foi assim que me descobri com “A única certeza da vida é que um dia você vai morrer” entre as palmas, devorando algumas páginas e amargurando algumas lágrimas a não serem soltas com o primeiro trecho disponível. No meu chorar involuntário desejei em ardência que aquele livro fosse meu. David Shields (que belo sobrenome em uma tradução literal e solúvel para o português), que dedica ao seu pai de noventa e sete anos sua singela história, narrada em uma raiva tão grandiosa do simples existir, é um ensaio sobre nossa condição biológica. David aprofunda no seu âmago, no seu subjetivo, a fim de demonstrar a exploração de nossa existência. 

Ao nos levar em uma linha cronológica de três gerações, aprofundamo-nos na nossa própria história, que, se vista de perto, bem de pertinho, é tão brilhante e original — e é nesta brevidade ilustre que o autor quer se afogar para conseguir relatar sua experiência; uma autobiografia de seu próprio corpo de cinquenta e um anos, tangente da transitoriedade frágil de uma realidade mesquinha ideologicamente dividida. David faz em sua brochura uma investigação daquilo que parece ser tão simples: a vida. Contemplamos a rapidez  da vivência de sua história enquanto nós, igualmente inaceitáveis mortais, rimos, choramos, mu-da-mos de acordo com os acontecimentos historicamente demonstrados. Encaixamo-nos no lócus da leitura e observamo-nos a vagar na insanidade do viver com a única certeza de que um dia morreremos.

“Esta é a minha pesquisa; isto é o que sei agora: os fatos cruéis da existência, a fragilidade e a transitoriedade da vida em sua nua realidade corpórea; os seres humanos como animais desolados e divididos; a beleza e o sentimento que existem no meu corpo, no corpo dele e no de todo mundo igualmente.
Parece que estou sempre dizendo: aceite a morte. 
E a resposta dele, inteiramente compreensível, é: aceite a vida.”

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Around Europe.


Por Arthur Franco 

Com a minha mudança para Portugal, pedi um presente para os meus amigos que me fosse útil nessa nova fase da vida. Já havia revirado as livrarias e finalmente encontrei o presente certo, o Guia Visual: Folha de São Paulo: Europa.


O guia, nas suas quase 800 páginas, traz informações turísticas de 20 países europeus. Cada seção conta com uma pequena introdução, situando-o historicamente e mostrando aspectos como língua, cultura e religião. A praticidade da obra reside nas ilustrações, no detalhamento das atrações turísticas e nos diversos mapas, tantos do país quanto das cidades. As localidades mais atrativas têm um roteiro que pode ser seguido, passando por igrejas, museus, bares entre outros lugares.

Além disso, para cada ponto turístico citado no guia existem informações para ajudar na hora de programar a viagem. Elementos como descrição, preços, horário de funcionamento e como chegar estão presentes ao lado de cada atração. E no final de cada seção temos indicações de hotéis, bares e restaurantes, com diversas opções de preço. 

terça-feira, 22 de maio de 2012

O melhor presente, sempre.


Por Arthur Franco

Na maioria das vezes que precisamos presentear alguém, ficamos na dúvida de qual é o presente ideal. Sempre que alguém vem à mim com essa dúvida, dou o mesmo conselho: dê um livro!

Mas porque um livro? Ao presentear uma pessoa com um livro, estamos dando a chance dela embarcar em um novo universo, em um mundo diferente, de mergulhar no que é descrito na obra e descobrir outros pontos de vista durante a leitura. Além disso, possibilitamos o trabalho da imaginação, uma vez que o leitor utiliza tudo que o viveu e aprendeu para trabalhar o seu universo simbólico e completar a história na sua mente. Na sua imaginação vão ser formados os personagens, os cenários, as descrições e com eles vêm novas idéias e olhares acerca do que vivemos.

Outro ponto positivo é o desenvolvimento da escrita. Sempre ouvi a história de quem lê mais escreve melhor. Você pode não aprender todas as regras de ortografia se ler mais, mas com certeza terá uma maior familiaridade com as palavras e com o modo com que as frases são construídas. Quem lê mais tem um vocabulário amplo e sabe como ordenar as letras para criar algo compreensível e interessante.

Mas quais livros dar? Para crianças, comece com os livros com figuras e aos poucos apresente à criança livros com textos. Aos poucos elas vão pegando o gosto pela leitura e querendo sempre mais livros.

Para os amigos, pergunte o que eles gostam de ler. Se não conseguir, dê um vale-livro de alguma livraria. Assim a escolha fica a cargo do presenteado e você evita dar algo que a pessoa não goste.

Mas independentemente da obra, dê sempre livros. Não precisam ser aqueles considerados clássicos ou intelectuais. Qualquer livro, por mais bobo que pareça, dá chance à pessoa de crescer e aprender coisas novas, ampliando os horizontes e mudando o ambiente ao seu redor.  

domingo, 20 de maio de 2012

Caro Ed.


Por Carlos Gabriel F.

Que você já se deparou com Lemony Snicket em algum ponto da sua vida literária é um fato. Seja depois de ver na Sessão da Tarde o filme “Desventuras em Série” e querer ler todos os livros porque, poxa vida, se o filme parece ser tão legal os livros devem traçar uma perspectiva melhor ainda! E ao se deparar com os livros e saber que, exatamente, são algumas proporções milionésimas melhores que o filme, saiba, com alguma pesquisa on-line de fácil acesso, que o cara por trás do pseudônimo é Daniel Handler

Andando meio às livrarias, desatento por todos, deparei-me com o nome empregado em uma nova brochura de suas lá 400 páginas, com desenhos coloridíssimos e de autoria de Daniel. Que surpresa! Eu que não imaginava o autor em outras demandas orgânicas que não as da história dos irmãos Baudelaire, não acreditava que o escritor tivesse um projeto para o público adulto (e com desenhos!).

Ao chegar em casa, procurando pelo livro de nome datado como “Por isso a gente acabou”, noticiei que fora lançado recentemente no Brasil, no final do mês passado e que fala daquilo que tememos por tanto: finais de relacionamento e as suas angústias e incertezas subsequentes. A trama carregada de tragicomédia retrata a história de Min Green e Ed Slaterton: estudantes que depois de intensas semanas de namoro, acabam-se em lágrimas no término do que antes era perfeito. Depois de muito sofrer, Min resolve entregar ao seu antigo homem uma caixa com objetos significativos para o casal, o que marca o final definitivo de uma história. 

Os desenhos da história foram feitos por Maria Kalman, autora de diversas ilustrações de revistas americanas. As suas pinturas dos objetos na caixa de Min trazem uma incrível dinâmica para a história e faz dela mais interativa ao decorrer do vai-vêm do casal. 

Caro Ed,

Daqui a um segundo você vai ouvir o tump. Na porta da frente, aquela que ninguém usa. Quando ela tocar no chão, vai balançar as dobradiças, porque é pesada e importante, vai ter esse outro barulho junto com o tump, e a Joan vai tirar os olhos de  seja lá o que for que ela estiver cozinhando. Ela vai olhar para a panela de novo, preocupada, porque, se for até a porta para ver o que é, vai cozinhar demais. Eu a vejo franzindo a testa no reflexo do molho borbulhante ou sei lá o quê. Mas ela vai ver, ela vai. Você não vai, Ed. Não veria. Você deve estar no andar de cima, suado, sozinho. Você devia estar tomando banho, mas está de coração partido na cama, eu espero, por isso é a sua irmã, a Joan, que vai abrir a porta mesmo que o tump seja para você. Você nem vai saber o que é nem ouvir o que está sendo jogado na sua porta. Você não vai nem entender por que aconteceu.

O dia está lindo, ensolarado e tudo mais. É daqueles dias em que você acha que tudo vai dar certo etc. Não era o dia para isso, nem para nós, que saímos de 5 de outubro a 12 de novembro. Mas já é dezembro e o céu está claro, assim como tudo agora está claro para mim. Estou contando por que a gente acabou, Ed. Estou escrevendo, nesta carta, toda a verdade sobre o que aconteceu. E a verdade é que, porra, eu te amei demais.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

O Brasil lê.


por Arthur Franco

“Um país se faz com homens e livros". Monteiro Lobato era um cara inteligente. No século XIX já sabia que nenhum país se desenvolve sem cidadãos leitores. Mas quem é esse leitor brasileiro? O que ele lê? O quanto ele lê? Na 3ª edição da Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada em 2011, o Instituto Pró-Livro foi atrás do “leitor brasileiro”, procurando entender em que pé a leitura está no Brasil.

Começo com um dado preocupante. Em 2007 55% da população era considerada “Leitora”, enquanto esse número cai para 50% em 2011. Na era da internet e da facilidade de acesso à informação e à publicações como jornais, livros e revistas, era de se esperar que o número de leitores tivesse aumentado.  

O ponto mais interessante da pesquisa talvez resida nas justificativas dadas para a pergunta “principal razão para estar lendo menos do que já leu”. As respostas foram agrupadas em quatro categorias: Interesse; Dificuldade; Acesso e Não Sabe.

Quando analisamos a categoria Interesse nos deparamos com uma situação já esperada. A justificativa mais utilizada por aqueles que dizem não se interessar é a “falta de tempo”. Tudo bem, o mundo atual exige que estejamos sempre ativos, trabalhando, na correria do dia a dia e com isso não encontramos tempo para a leitura. Mas isso não passa de uma desculpa esfarrapada e preguiçosa.

Um conselho que eu sempre dou a todos que dizem não ter tempo para se dedicar a leitura: tire 10 minutos antes de dormir para ler. Pode ser qualquer coisa: uma revista, uma matéria de um jornal, uma página de um livro.  Não importa o que, mas leia. Com o tempo se acaba criando um costume, uma necessidade de concentrar os olhos em algumas palavras antes de dormir e com isso o hábito da leitura.

Já nas categorias seguintes encontramos situações que barram o desenvolvimento do gosto pela leitura. As limitações físicas da visão, o preço elevado dos livros e o analfabetismo são os principais impedimentos que a população encontra quando.  Isso sim é uma situação justificável, entretanto muitas vezes contornável. Pesquisas como essas são importantes para se entender quem lê no Brasil e como podemos criar políticas de incentivo à leitura que atinjam principalmente as classes com uma renda baixa. Com a ajuda delas é possível criar uma identidade leitora no país e tentar formar uma sociedade com cidadãos informados e conscientes. 

Você pode conferir a pesquisa na integra aqui!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Onde vive a esperança literária.

Por Carlos Gabriel F.

Quem aqui me vê divagando sobre literatura infantil imagina que tenho alguns problemas de desenvolvimento mental ou que me ludibriaram com algo limitado e forjaram-me ao falso conhecimento. Comecei com “Ode às cores esquecidas”, jogando ao cosmo cibernético a minha visão orgânica sob as cores e seus respectivos comportamentos. “Flicts” em suas páginas miúdas me marcara em tamanha voracidade que adquiri mais conhecimento em seus rabiscos coloridos minimalisticamente do que com brochuras de letras milimétricas e de páginas centenárias. Depois me veio a mente a importância do “Pequeno Príncipe” e seu imenso valor semântico para com minha subjetividade.



E só quero voltar neste âmbito novamente por mais um momento oportuno e, apresentar-vos, caso já não seja tão tarde, Maurice Sendak: aquele mesmo que escreveu o livro que foi adaptado aos cinemas e virou aquele filme-que-me-faz-chorar-por-horas, “Onde Vivem Os Monstros” (1963). Ontem completou-se uma semana que Maurice morreu, aos oitenta e três de puro prazer bélico literário. Seus livros trazem a tona valores infantis, que todos sobreviveram e tiveram uma história para contar; com ilustrações de riscos leves, o autor traçava a sua magnitude literária  e exibia ao lume o verdadeiro valor sentimental dos fatos.

O livro de 1963 foi, a priori, banido das livrarias e os professores o odiavam. Demorou-se tento para tornar perceptível à criticidade humanóide de que o livro de Maurice, na verdade, retrata os valores psicológicos personificados de cada sentimento humano: a raiva, o amor, a doçura, a razão, entremeados na alma e psicológico, labirinto complexo de pensamentos e ideologias em formação, de um indivíduo em formação. “Onde Vivem Os Monstros” é, em especial, tanto para mim quanto para um público interessado, uma expressão loquaz de expor metaforicamente o que se passa em um mundo paralelo ao real: daquilo que traz à tona vontades incabíveis e subjetivas.

Happiness isn't always the best way to be happy.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Novidades na estante.


por Arthur Franco

Jaime Oliver já não passa despercebido no ambiente culinário. Autor de diversos livros e reconhecido mundialmente pelo seu programa de TV, o chef também é famoso pela sua preferência por alimentos orgânicos. Em seu novo livro “Trinta Minutos e Pronto: Um Jeito Revolucionário de Preparar Refeições Rápidas e Gostosas”, o cozinheiro apresenta diversas opções como massas, doces, carne, refeições vegetarianas, sempre compostas por um prato principal, acompanhamentos e sobremesas.

  • Editora: Globo
  • Número de páginas: 288
Tradutor: Evelyn Kay Massaro 

A história de Branca de Neve já rendeu dois novos filmes só esse ano e vai também ser o enredo de Branca de Neve e o Caçador. O livro, baseada no filme previsto para estrear dia 1º de julho, traz uma visão sombria e adulta do conto infantil. Nele, a Rainha manda matar Branca de Neve, que logo se tornará a mais bonita do reino. Porém ela não sabe que a garota vem aprendendo a lutar com o caçador enviado para matá-la. 

  • Editora: Jorge Zahar
  • Páginas: 230
  • Autores: Lily Blake, Evan Daugherty, John Lee Hancock, Hossein Amini

sábado, 12 de maio de 2012

1.001 posts antes de morrer.

Por Carlos Gabriel F.

Como em uma necessidade súbita de se consumir, de visualizar tudo corrente a sua existência nessa esfera,  antes de sucumbirmos em uma morte prematura, vemo-nos diante uma busca agoniante de conhecer, seja por experiência ou visualização minimalista de fotografias tomadas rapidamente, do que é condenado por melhor ou de mérito a ser sabido. 

Nasce-se assim estas tal mil e uma maneiras de âmbitos variados, que, se juntas, tornam-se um cosmo tão vasto de conhecimento que opera de forma a constituir uma imensa paleta de cores: sobre filmes, livros, locais,  bebidas, buscas frenéticas de administrar no consciente o que talvez nunca venha a ser degustado subjetivamente de fato. O que (me) move o cognitivo humano são estas relações, mesmo que supérfluas e efêmeras da pós-Modernidade, de ter perfeita faculdade racional diante o que é produzido no globo terrestre. 

E, mais algumas horas em uma livraria, adquiri conhecimento folheando estes tão variados livros. Regozijava-me ter conhecimento de alguns fatos citados e anotar mentalmente sobre outros que porventura me agradariam futuramente. “1.001 Filmes Para Ver Antes de Morrer” e “1.001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer”, favoritos, tornaram-se assim motivos para permanecer on-line desvendando coleções que na brochura são descritas de forma fantástica. “1.001 Dias que Abalaram o Mundo”, “1.001 Quadrinhos que Você Deve Ler Antes de Morrer” e, claramente, “1.001 Livros Para Ler Antes de Morrer” traçam uma história daquilo que já foi criado e elaboram; remontam a história a fim de demonstrar desde o mais mundano até o mais criativo perpassado no âmbito humano.



É como se, por fim, relatassem em sinopse o que é existir meio a tanto conhecimento dispersado; é anotar, entre meio tantas possibilidades, o que mais agradar e começar a verificar a veracidade antes de ser datado como falecido.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Preparando um crime.


por Arthur Franco 

Alimentando a minha paixão por romances policiais, estou sempre à procura de novas obras que possam incitar o meu lado investigativo. Foi dessa forma que descobri Nero Wolfe. Criação do americano Rex Stout, o obeso investigador particular é detentor de uma inteligência fora do comum. Contrariando as regras de um “bom detetive”, ele quase nunca sai de casa, não corre atrás dos bandidos e não empunha armas de fogo. Seus olhos e ouvidos são o fiel companheiro Archie Goodwin, que leva todas as informações sobre os crimes até Nero.      

O detetive apareceu em 33 novelas e em 39 contos, publicados entre anos 30 e os anos 70. Os seus 130kg não são um empecilho para a rapidez do seu pensamento e para a frenética resolução dos mistérios. Sua paixão por comida é uma das suas características mais marcantes e é um dos poucos motivos que faz Nero sair de casa.

É movido por essa paixão que ele então aceita participar de um encontro gastronômico, ambiente no qual a trama de Cozinheiros Demais se desenrola. Publicado em 1938, o livro tem como enredo um encontro dos Les Quinze Maîtres, uma reunião de renomados chefes internacionais para a escolha da melhor receita. É nesse ambiente ocupado por egos inflados, brigas terríveis e refeições divinas que um dos mais odiados cozinheiros é encontrado morto. Cabe então a Wolfe encontrar a solução para o crime para poder voltar para casa. Um ótimo ritmo, um pouco de culinária e bom humor fazem de Cozinheiros Demais uma boa leitura.

Curiosidade: as receitas preparadas pelos chefes em Cozinheiros Demais estão presentes no livro The Nero Wolfe Cookbook, uma compilação dos pratos que aparecem nas mais diversas investigações de Nero Wolfe. 

terça-feira, 8 de maio de 2012

Como faz?

Por Carlos Gabriel F.

Espanquem-me com um porrete de pregos ácidos por rir tão alto em uma livraria silenciosa (era o que eu faria com outrem, vejam bem), caso seja necessário, mas peço que me questionem antes os motivos existenciais de tanta gargalhada – pois, quem sabe, talvez não venha a sorrir comigo com tamanha destreza artística literária e não precisemos de olhares tortos transfigurados na face. “Veja Como se Faz: 500 coisas que você deve saber. Instruções para a vida, do cotidiano ano exótico”. Releia algumas duas vezes este título e imagine um livro de instruções chamativo, com a capa pintada drasticamente com uma cor laranja fluorescente, com uma brochura intensa e depois adicione muita ironia e comicidade às mentes criativas de Derek Fagerstrom e Lauren Smith: é sobre o que estou tentando falar.


O livro demonstra 492 coisas que todos devem saber como se faz – e mais oito que pessoas sensatas não tentariam fazer. As instruções, mescladas de desenhos minimalistas e imensas colheradas de inspiração bizarra, ensinam de modo fascinante ao leitor como dançar tango, fazer sushis, tocar blues, cozinhar para pássaros, interromper um eletrocuto, maquiar-se para um show de heavy metal, empinar uma pipa e entre outros ensinamentos que você, caro leitor, possivelmente enfrentará em algum momento futuro de sua vida. O interessante é que partes do livro vem sendo disponibilizadas paulatinamente na internet pelos próprios autores desde o seu lançamento por meio do site Show Me How.


Show Me How” é o meu novo 9gag literário!

domingo, 6 de maio de 2012

Lendo mais, gastando menos.

por Arthur Franco 

"Nunca terei dinheiro, mas sempre terei livros”. A frase pode parecer clichê, mas os apaixonados por livros sabem o que é sempre querer ter mais um volume na estante. Por mais que tenhamos muitos livros que ainda não lemos, sempre que passamos em frente a uma livraria somos tomados pelo desejo inexplicável de entrar e comprar todas as encadernações que vemos pela frente. Mas às vezes o bolso fala mais alto e a compra de novas brochuras fica para outra hora. Mas o desejo de adquirir mais um livro, de descobrir uma nova história, de se apaixonar por outros personagens continua ali.

Apresentamos aqui algumas alternativas para aqueles momentos que não temos um tostão no bolso e ainda queremos nos aventurar mais uma vez no universo literário.

As bibliotecas constituem uma ótima alternativa para a compra de livros novos. Seja a biblioteca municipal, a biblioteca da universidade ou aquela biblioteca particular do seu avô, certamente encontrará diversas seleções de leitura e ainda não precisará pagar nada.  

Outra boa opção são os sebos, lojas destinadas a vender a preços baixos livros usados e que geralmente possuem um vasto acervo. Reserve um tempo para vasculhar um sebo na sua cidade e você poderá levar para casa várias brochuras por um preço muito acessível. Se a sua cidade não possui lojas desse tipo, uma alternativa são as lojas virtuais, com a Estante Virtual, na qual é possível comprar livros usados sem sair de casa.    

Seus amigos também compartilham da sua paixão por livros? Porque não pedir emprestado obras que seus amigos não estão lendo e também não emprestar as suas? Além disso, vocês também podem fazer um amigo secreto de livros, em que cada um presenteia o outro com um livro usado. Uma alternativa ao tradicional amigo secreto de final de ano e que pode acrescentar novos volumes à sua estante. 

A internet também permite o acesso às mais diversas obras.  Sites como o Domínio Público disponibilizam vários volumes completos para download gratuito em formato PDF.   

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Livros aleatórios de ficção-científico-fantasiosa que merecem ser lidos - Parte VII.


Por Carlos Gabriel F.

Antes de elaborar uma lista é necessário enfatizar que os itens abaixo descritos e devidamente mencionados estão sendo analisados por fatores subjetivos. Quero dizer: não foram registrados em cartório como os melhores já escritos ou que mereçam presença divina em suas respectivas estantes. Posso dizer que são livros absolutamente aleatórios, que li em um período de tempo e que creio merecer destaque aqui, neste espaço virtual que estamos criando paulatinamente.

O gênero que me chegou primeiramente à mente e que dá característica à lista é a ficção/fantasia, daqueles que narram estórias que existem apenas nas páginas amareladas e distanciam-se do plano real (quem sabe?); daquelas que criam seres novos e relacionamentos surpreendentes; que em cenários de horror traçam cenas de suspense capazes de dar vertigens; que dão vida àquilo que algum dia cientificamente possa vir a existir.

Já que estes aspectos foram mensurados (novamente. Confira a parte I, II, III, IV, V e VI! que comecemos):

Para descrever Ken Follett eu utilizaria a palavra “catedrais”. Não como uma parte religiosa fervorosa que vê necessidade em se traduzir em palavras, mas como evento social. Datada na Idade Média, é envolta de uma que “Mundo Sem Fim” (2007) começa. O autor mais uma vez nos leva através de histórias incríveis, sendo uma delas o ápice inicial: quatro crianças presenciam o assassinato de um homem em uma floresta nas redondezas do condado de Kingsbridge. E como bem sabe fazer Ken Follett, este crime ligará os personagens durante as novecentas próximas páginas – recheadas de ação, intrigas, guerras, romances inesperados: atacados pela peste negra. 

“You see, all that I ever held dear has been taken from me," she said in a matter-of-fact tone. "And when you've lost everything-" Her facade began to crumble, and her voice broke, but she made herself carry on. "When you've lost everything, you've got nothing to lose.”

José Saramago volta mais uma vez na lista para apresentar “ Claraboia” (publicado em 2011, mas escrito em 1953), rejeitado a priori pelo seu editor no início de sua carreira, mas que foi dado à luz na contemporaneidade. Sob o pseudônimo de Honorato, conhecemos, com uma literatura jovial, a origem daquilo que viria a se tornar o crítico autor. A história em si é simplista, como boa parte de suas outras: em Lisboa um prédio é habitado por seus mais diferentes condôminos; interligados pelos corredores, portas e janelas, os personagens aqui representados administram suas diferentes escolhas e modos de vida, o que, na linguagem de Saramago, torna-se um surpreende estrondo de contrapontos. 

“Aproximou-se da janela e abriu-a. Na rua, mesmo em frente, estava um rapaz, à chuva. Rosália fechou a janela com estrondo. Ia ralhar, mas deu com os olhos da filha, postos em si, uns olhos frios onde parecia brilhar a malignidade do rancor. Atemorizou-se. Maria Cláudia, sem pressas, tirava o impermeável. Algumas gostas de água tinham molhado o tapete.”

Impossível não gostar de ficção e não ter pego em mãos um livro do Sidney Sheldon. Comecei com “O Reverso da Medalha” (1982) e admirei tanto como esse homem é capaz de tirar regozijo literário do simples nada. Nesta brochura, o autor nos leva até a África do Sul para então começar a história de McGregor e como se sucederia futuramente sua multinacional, com as gêmeas Eve e Alexandra. O enredo é marcado por controversas e tentativas de assassinato entre familiares com o simples e único objetivo de manter o poder em modo individual. O que move a família McGregor é a fome pela vingança, o mundo a ser conquistado. 

“O leão faminto dissimula as garras. Modificaremos tudo isso no momento apropriado. O branco aceita o preto porque precisa dos seus músculos, mas tem de se habituar a aceitar-lhe também os miolos.Quanto mais nos empurra para um canto, maior o medo que lhe inspiramos, porque sabe que um dia poderá haver discriminação e humilhação de sinal contrário, perspectiva que se recusa a admitir.”

Que venha mais uma vez o rei do feroz do macabro. “It: A Coisa” (1986) de Stephen King conta a história, mais uma vez macabra, de sete indivíduos que, enquanto crianças, depararam-se com uma criatura centenária que consumia o medo e alterava sua forma. Após trinta anos, a criatura volta a assustar outras crianças, e os sete sujeitos, como haviam prometido, juntam-se para combater aquele que te marcaram – o que coloca em absoluto as suas sobrevivências. Aqui percebemos a peculiaridade de Stephen ao se mostrar tão capaz de uma descrição bem elaborada e peculiar, datada como a obra prima do medo.

“Naturalmente, ele não contara isso a ninguém. Nada no mundo o faria contar, nada o induziria a revelar sua fantasia secreta, escondida bem no fundo do coração. Se pudesse enunciar a frase que ela lhe ensinara casualmente, certa manhã, quando ela e Georgie estavam sentados, vendo Guy Madison e Andy Devine em As Aventuras de Wild Bill Hickok, aquilo seria como o beijo que despertara a Bela Adormecida de seus sonhos frios para o caloroso mundo do amor do príncipe no conto de fadas.”

A Breve Segunda Vida de Bree Tanner” (2010), de Stephenie Meyer, provavelmente é seu segundo melhor livro – já que “A hospedeira” veio em primeiro. O livro é narrado de forma direta, em um único bloco de texto em cento e noventa páginas, sem divisões em capítulos. Nossa personagem que, como já sabemos, morre ao final de “Eclipse”, aqui é demonstrada como nunca antes: sua personalidade, vida, sentimentos e demonstrações são exibidas à degustação literária. Apaixonamo-nos por Bree e evitamos o final inconsequente; criamos expectativas de que a última frase, de algum modo, seja alterado para o bel-prazer dos leitores. 

“No segundo em que os dedos de Diego encontraram o raio de luz, a caverna foi invadida por um milhão de reflexos brilhantes e coloridos, um verdadeiro arco-íris. A claridade era como a luz do meio-dia em uma sala de vidro – havia luz para todos os lados. Eu me encolhi e um tremor percorreu meu corpo. Estava completamente coberta pela luz do sol.”

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Nas conspirações de Dan Brown.


por Arthur Franco 

Dan Brown já encabeçou listas e mais listas de livros mais vendidos. Já fez a façanha de colocar quatro de suas obras ao mesmo tempo na lista dos mais vendidos do The New York Times. Teve dois de seus livros transformados em filmes de absoluto sucesso e já foi eleito uma das 100 pessoas mais influentes pela Revista Time em 2005.

Suas obras seguem quase sempre o mesmo roteiro e a mesma linha "conspiratória". Começam com um primeiro capítulo que propõe uma morte, um mistério, uma pergunta sem resposta, que acaba por ser a trama principal do livro. Além disso, o fato de alternar histórias entre os curtos capítulos faz com que o leitor sempre engate a leitura, ansioso pelas próximas páginas. Mas o verdadeiro gancho que deixa o público ansioso pela próxima obra é o enredo. Suas histórias não beiram o “comum” nem o marasmo. Existe sempre um segredo, um novo enigma a ser revelado e uma conspiração. Vamos então à lista do melhor (e pior) de Dan Brown. 


Anjos e Demônios (2003)

O primeiro livro de Robert Langdon, simbologista presente em três outras obras, é o segundo escrito por Dan Brown. A história se desenvolve a partir da morte de um cientista suíço no CERN, um centro para a pesquisa de energia nuclear. No peito do falecido, uma marca feita a ferro quente. A investigação leva Langdon ao Vaticano, onde descobre que a antiga fraternidade dos Illuminati pretende se vingar da Igreja Católica. A adaptação cinematográfica é de 2009 e recebeu boas críticas.



O Símbolo Perdido (2009)

O mais recente livro de Dan Brown tem previsão para estrear nos cinemas no máximo no ano que vem. Nesse romance temos a volta de Robert Langdon e dessa vez a conspiração muda para a América, girando em torno da maçonaria e de um objeto que poderia dar poderes sobre-humanos àquele que o encontrar. Atenção especial para a história que mexe com o conceito de noética, uma disciplina que estuda questões como morte, espírito, entre outros, a partir do ponto de vista científico.

O Código Da Vinci (2003)

O maior sucesso de Dan Brown, com mais de 30 milhões de cópias vendidas. O seu êxito se deve ao modo que o autor aborda uma das mais antigas instituições: a Igreja Católica. Na segunda aventura de Langdon temos a morte de um curador do museu do Louvre, fato que leva o simbologista a encontrar mensagens ocultas nas obras de Leonardo Da Vinci. O livro explora a existência do Priorado de Sião, uma sociedade secreta destinada a guardar o mais poderoso segredo da humanidade. A adaptação para os cinemas é de 2006. 



Fortaleza Digital (1998)

O livro de estréia de Dan Brown teve pouca fama quando lançando, vendendo só 10 mil exemplares. Mas foi sucesso total depois do polêmico O Código Da Vinci. Dessa vez temos o supercomputador da Agência de Segurança Nacional, nos EUA, que se depara com um código que não consegue quebrar. É chamada então a criptografa Susan Fletcher, que descobre que a Agência está sendo mantida como refém. Começa então uma corrida contra o tempo antes que algum dano seja feito à Agência Central de Inteligência, a CIA, responsável pela segurança nacional.

Ponto de Impacto (2001)

De longe o livro mais fraco de Dan Brown.  O enredo não é tão cativante com o dos outros livros, mas ainda merece certo crédito. Quando um satélite da NASA descobre um objeto enterrado no Ártico, cientistas são enviados, juntamente com a analista Rachel Sexton. Ao chegar lá ela se depara com uma terrível revelação que pode mudar o modo que olhamos para o resto do universo. Quando ela passa a ser seguida por assassinos profissionais, Rachel precisa revelar a conspiração antes que seja tarde demais.